Sindicatos lançam campanha '#Respeite Todo Mundo' contra assédio no ambiente de trabalho

Lançada na Alesp, ação conta com cartilha, canal de denúncias e outras iniciativas de combate às diversas formas de preconceito

 A Femaco (Federação dos Trabalhadores em Serviços, Asseio e Conservação Ambiental, Urbana e Áreas Verdes do Estado de São Paulo) lançou a campanha "#Respeite Todo Mundo" para combater ações de assédio moral e sexual, além de todas as formas de discriminação no ambiente de trabalho. A entidade possui 26 sindicatos filiados e representa mais de 280 mil trabalhadores.

O lançamento ocorreu na Assembleia Legislativa paulista, na manhã desta sexta-feira (28), e contou com a presença de profissionais das categorias abrangidas pela Femaco, como os trabalhadores e trabalhadoras da limpeza urbana, controle de pragas, conservação ambiental e auxiliares de transporte aéreo.
Guia prático
Nesta campanha, a Femaco fará a distribuição de um guia prático com orientações assertivas com o propósito de evitar o assédio e a discriminação no ambiente de trabalho. No material, estão listados exemplos de falas e ações consideradas racistas, misóginas ou LGBTQIA+fóbicas. Tais condutas são consideradas crimes no Brasil.
"Esse guia servirá como um norte para a gente buscar, junto às empresas, um ambiente mais saudável. O assédio e a violência adoecem. Devemos criar a cultura de um trabalho mútuo, solidário e livre de todas as formas de violência", comentou Márcia Adão, secretária de Relações Internacionais da Conascon.
Canal de denúncias
Além do guia prático, a Femaco também divulgou que seu site incluiu um canal direto para o recebimento de denúncias anônimas. Os casos serão encaminhados aos sindicatos responsáveis para que tomem as devidas providências.
Desde março, passou a vigorar uma portaria do Ministério do Trabalho, que amplia o combate a práticas de assédio e discriminação. Só na cidade de São Paulo, foram registradas 188 denúncias de assédio.
"Somos os trabalhadores mais simples, mas, se não tiver o nosso trabalho, quem vai fazer? Não é porque uma pessoa é simples que ela é suscetível ao assédio moral, sexual e à indignidade. Vamos acabar com isso. Aqui não tem coitadinho nem coitadinha. Aqui tem trabalhador e trabalhadora que vão ser respeitados", destacou Rodrigo Santiago, presidente da Femaco.
Grande participação
No lançamento da campanha estiveram presentes trabalhadores e trabalhadoras das categorias envolvidas, além de representantes de sindicatos e do poder público. O secretário nacional de Relações do Trabalho, Marcos Perioto, destacou o apoio do governo federal na causa. "É uma sinalização de que os trabalhadores estão organizados para combater todas as discriminações", pontuou.
O evento recebeu o apoio do deputado estadual Simão Pedro (PT). O parlamentar afirmou que a Alesp está sempre aberta a esse tipo de debate. "Uma sociedade que almejamos é sem preconceitos. A nossa sociedade só irá melhorar quando não tivermos mais preconceito, assédio e assim por diante", salientou.
Também participaram Moacyr Pereira, presidente do Conascon; Ricardo Patah, presidente da União Geral dos Trabalhadores (UGT); André Santos Filho, coordenador do projeto Mobilização Geral; Ricardo Guerra, do Sindicato Internacional de Trabalhadores de Serviços (SEIU); e Fábio Riva, vereador da capital.