Com o ar muito seco aumenta as queimadas, os cuidados devem ser redobrados

14/09/2021

Alerta

Entre janeiro e maio deste ano, ainda fora do período da seca, aconteceram 2.662 focos, um aumento de 120% em relação ao mesmo período de 2015. "Nas rodovias, o alastramento do fogo representa insegurança para os motoristas, uma vez que a fumaça reduz a visibilidade", alertou a agência. Até setembro, as 267 telas eletrônicas nas estradas vão exibir mensagens, pedindo que os casos de incêndio à beira da pista sejam denunciados.


 Por que o INPE monitora queimadas?

  • O INPE, Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, tem entre seus objetivos desenvolver tecnologias e aplicações com satélites artificiais e produtos relacionados ao tempo e clima, que sejam de utilidade para a sociedade. Monitorar queimadas com satélites, estimar e prever riscos de queima da vegetação e as emissões produzidas são atividades que se enquadram nestes objetivos.
 Em qual contexto os dados de queimadas do INPE são úteis?
  • O monitoramento de queimadas em imagens de satélites é particularmente útil para regiões remotas sem meios intensivos de acompanhamento, condição esta que representa a situação geral do País. Para uma área com torres de observação guarnecidas continuamente e mantendo comunicação direta com brigadas de combate de fogo, os dados de satélite têm interesse marginal.O monitoramento de queimadas em imagens de satélites é particularmente útil para regiões remotas sem meios intensivos de acompanhamento, condição esta que representa a situação geral do País. 
Que produtos este sistema de queimadas/incêndios do INPE oferece?
  • São centenas os produtos gerados e distribuídos diariamente, como p.ex.: coordenadas geográficas dos focos, alertas por e-mail de ocorrências em áreas de interesse especial, risco de fogo, estimativas de concentração de fumaça, etc. 
  • Veja a relação dos mais recomendados na página de apresentação geral. Sugestão: inscreva-se para receber por e-mail os alertas de queimadas em Unidades de Conservação e os relatórios de queimadas, preenchendo o cadastro.INPE
 Os produtos de Queimadas do INPE têm algum custo?
  • Não, todos os dados e produtos são divulgados na internet pelo INPE sem custo para o usuário, cerca de três horas após sua geração; É claro que para o usuário há o custo do provedor de internet ou do uso da linha telefônica. Para usuários que necessitam dados com mais rapidez e confiabilidade, e produtos especialmente desenvolvidos, é feito contrato de fornecimento específico com custo a ser definido individualmente.
 Monitoramento do Território: Queimadas
  • O CPTEC disponibiliza na Internet um mapa da América do Sul mostrando as queimadas detectadas por um conjunto de satélites. Os dados são atualizados a cada três horas, todos os dias do ano.

Queimadas cobrem de fumaça cidades do interior de São Paulo Município de Morro Agudo decretou estado de calamidade pública por causa da alta incidência de incêndios na zona rural

Favorecidas pelo tempo seco com calor e baixa umidade, as queimadas se espalham pelo interior de São Paulo. O Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) detectou 248 focos em todo o Estado.

Desde janeiro, já são 2.243 queimadas, número só superado, nos últimos cinco anos, pelos 2.362 focos registrados no ano passado. Os satélites do Inpe registraram 102 queimadas no estado, das quais 62 estavam ativas, a maioria na região norte.

Em Morro Agudo, região de Ribeirão Preto, a prefeitura decretou estado de calamidade pública por causa da alta incidência de incêndios na zona rural. Nos últimos cinco dias, a cidade registrou 32 incêndios de grandes dimensões, inclusive em canaviais e áreas de preservação ambiental.

"Morro Agudo é o 12º maior município do Estado e tem a maior extensão de canaviais do país, mas não temos Corpo de Bombeiros", disse o secretário municipal de Governo, Rogério Chiaroti.

O inverno com pouca chuva até agora e com temperaturas elevadas causou um aumento de 361% no número de queimadas, somente em julho, em comparação com o mesmo período do ano passado. O mês teve 687 focos de incêndio no Estado de São Paulo, maior número desde 2000, segundo dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). Em 2015, foram 149 casos.

Os satélites do Inpe registraram 1.702 queimadas no Estado, 141% a mais que no mesmo período do ano passado (707). Neste ano, o número de incêndios superou os 1.421 de 2014, quando o Estado viveu a mais severa estiagem dos últimos 90 anos.

Os satélites do Inpe registram queimadas com linha de fogo a partir de 30 metros de extensão por 1 metro de largura. Os incêndios afetam a qualidade do ar nas áreas urbanas e já causaram pelo menos uma morte. Um morador de rua morreu carbonizado, na noite de segunda-feira, em Sorocaba, depois que a guarita em que dormia foi atingida pelo fogo que se iniciou em um matagal. O incêndio pode ter sido causado por um curto-circuito na fiação elétrica que passa no terreno.

Em São Carlos, também no interior paulista, o fogo consumiu 20 mil metros quadrados de mata no bairro Azulville e as chamas chegaram próximas das casas . As ruas ficaram tomadas pela fumaça. O sargento Marcos Roberto Dionísio, do Corpo de Bombeiros, relatou ter encontrado animais silvestres queimados.

O ar  está mais seco que o de anos anteriores. De acordo com o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), na maior parte do Estado o índice de chuva em julho ficou em torno de 10 milímetros - a média histórica é de 35 milímetros. O aumento em queimadas às margens das rodovias levou a Agência de Transporte do Estado de São Paulo (Artesp) a iniciar uma campanha de alerta aos motoristas. Em 2015, foram registrados 4 551 focos de incêndio nos 6,4 mil quilômetros da malha rodoviária.