Papel estratégico da região na preservação de mananciais que abastecem a Grande São Paulo

12/09/2025

População do sudoeste da Grande SP cobra melhorias no transporte público e mais obras de mobilidade

Papel estratégico da região na preservação de mananciais que abastecem a Grande São Paulo também é destaque durante falas dos moradores, que cobram mais atenção e investimento do Poder Público

A Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo realizou, nesta sexta-feira (29), em São Lourenço da Serra, a 11ª audiência pública do Orçamento 2026. O encontro, promovido pela Comissão de Finanças, Orçamento e Planejamento (CFOP), reuniu moradores e autoridades locais de São Lourenço e de municípios vizinhos, como Juquitiba, Taboão da Serra, Itapecerica da Serra e Embu-Guaçu.

As principais reivindicações da população que mora no sudoeste da Grande São Paulo foram investimentos em mobilidade urbana, transporte público e rodovias. "Estamos parecendo sardinhas enlatadas no transporte público", relatou Marcos Lerois, diretor da Sociedade Amigos do Parque Ypê, ao cobrar a expansão das linhas de metrô e de ônibus.

O vereador Vagner Narciso, de São Lourenço, alertou que a precariedade no transporte e nas rodovias tem afetado diretamente a empregabilidade dos moradores. "Nosso povo vem perdendo emprego, então a gente pede que sejamos olhados com carinho", afirmou.

O presidente da Câmara Municipal, Wagner Garcia Soares, destacou outro problema estrutural: "Temos 650 quilômetros de estradas de terra no nosso município".

Preservação da água

Outro ponto recorrente nas falas foi o papel estratégico da região na preservação de mananciais que abastecem a Capital e parte da Grande São Paulo. Participantes apontaram que essa condição, embora essencial, não tem se traduzido em contrapartidas financeiras ou investimentos.

Carlos Alberto Pinheiro, morador de Embu-Guaçu, lembrou que a região da Guarapiranga, apesar de sua relevância hídrica, é marcada por bolsões de pobreza. "Precisamos de escola técnica, universidade pública e mais investimentos", disse.

Moradores também defenderam o fortalecimento do ecoturismo como alternativa econômica. "Temos um potencial grande, mas dependemos do investimento do Estado para ampliarmos o turismo", afirmou Junior Cezar, de São Lourenço.

Recursos garantidos

A Comissão de Finanças da Alesp dispõe de recursos próprios no Orçamento estadual destinados às regiões-sede das audiências públicas. Nesta sexta-feira, os deputados Gilmaci Santos (Republicanos), presidente da Comissão; Enio Tatto (PT) e Dr. Eduardo Nóbrega (Podemos) anunciaram R$ 300 mil para Embu-Guaçu, R$ 300 mil para Taboão da Serra, R$ 300 mil para Juquitiba, R$ 500 mil para São Lourenço da Serra.

"Esta é a segunda reunião da Comissão que acontece nesta região na atual legislatura da Alesp, e isso significa que o nosso povo está tendo voz para discutir o orçamento do Estado", destacou o deputado Dr. Eduardo Nóbrega, que é da região. "Nosso maior bem é a água e sem ela não tem vida. Precisamos que os recursos venham para cá porque daqui sai vida para quase toda a São Paulo".

A medida - que ressalta o dinamismo, comprometimento com a população e importância das audiências públicas a cada ano que passa - tem a chancela do presidente do Parlamento Paulista, o deputado André do Prado. Os valores serão votados ao final do ano pelo Plenário da Alesp e repassados oficialmente em 2026.

O Orçamento

Entre os meses de agosto, setembro e outubro, os deputados integrantes da Comissão de Finanças, Orçamento e Planejamento da Alesp viajarão 30 cidades de diferentes regiões do Estado para consultar, diretamente com os cidadãos, quais são as principais demandas dos municípios paulistas.

Todo o trabalho produzido durante esses encontros será incorporado à Lei Orçamentária Anual (LOA). Esse documento prevê a arrecadação estadual e fixa as despesas do ano seguinte. Dessa forma, é o instrumento pelo qual são previstos e planejados os investimentos em diversas áreas, como Saúde, Educação, Segurança Pública, entre outras.