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Conhecendo um pouco da história dos donos das terras do norte do Brasil
A partir de fevereiro de 1617, a região seria palco de vários conflitos entre os portugueses e os tupinambás. No início, os índios desconfiavam dos portugueses, porque sabiam de outras tribos que haviam sido oprimidas e capturadas como escravas pelos colonos. Houve um choque, porque os tupinambás tinham uma relação amigável com os franceses, que estavam na região. Logo nas primeiras semanas, houve conflito entre portugueses e indígenas, porque Castelo Branco não conseguiu manter uma boa relação com os índios. Nas primeiras revoltas, os nativos enfrentaram grupos de colonos comandados pelo Sargento-Mor Diogo Botelho e pelo Capitão Gaspar de Freitas. As lutas resultaram em mortes de muitos indígenas e na destruição das aldeias do Caju e Mortiguera.
Os tupinambás sofreram abusos e foram tratados com violência. Em reação a essa conduta dos portugueses, as tribos se uniram para atacar os colonos na área de Belém. Porém, o Forte do Presépio estava muito próximo aos indígenas e os portugueses conseguiram enfraquecer rapidamente o movimento, graças às armas guardadas no forte.
A luta dos tupinambás para a expulsão dos portugueses de suas terras foi mais sangrenta e longa do que os conflitos com os povos europeus que ocupavam o território amazônico anteriormente. A brutalidade com que os portugueses tratavam os indígenas era uma forma de acabar com as revoltas rapidamente e colocar medo nos demais, para que não repetissem os atos. A maioria dos índios rebeldes eram mortos e alguns eram presos, principalmente os líderes, que costumavam ser levados para serem mortos pelos canhões. Os tupinambás também realizavam assaltos no povoado português, causando tensão pela região.
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Diante dos acontecimentos, Castelo Branco se recusou a conversar com o rei e solicitar ajuda. Ainda no ano de 1617, ele pediu para o alferes Francisco de Medina atacar os inimigos de surpresa. A tentativa foi falha, porque os portugueses atacaram duas canoas e os índios fugiram a nado. Nas várias batalhas entre os dois grupos, os índios não dispunham das mesmas armas que os portugueses, mas tinham uma boa estratégia de atacar e se retirar constantemente, como numa guerrilha.
No começo de 1618, para proteger o povoado, o governo português decidiu recrutar o Bento Maciel Parente, que foi nomeado assistente do Antônio de Albuquerque em Pernambuco. Bento obteve algumas vitórias contra os índios, o que originou uma disputa entre os próprios portugueses. Antônio queria levar os créditos pela conquista.
No dia 13 de janeiro de 1618, os tupinambás do Pará e do Maranhão se uniram para fazer um levante contra os abusos dos portugueses, em defesa de suas terras. Muitos indígenas foram mortos e os abusos continuaram. Outras pequenas revoltas aconteceram ao longo do tempo, porque os índios estavam sempre em alerta. Para agravar a situação, o capitão Francisco Caldeira Castelo Branco perdia a credibilidade entre a população portuguesa. O sobrinho do capitão havia assassinado um homem sem motivo e não foi punido pela ação. Castelo Branco foi deposto de seu cargo e retornou a Portugal, onde foi preso em 1618. Os desentendimentos eram a oportunidade para um novo ataque dos índios. Assim, no dia 7 de janeiro de 1619, os tupinambás se reuniram para atacar do Forte da cidade de Belém. O líder indígena, Cabelo de Velha, foi morto pelos portugueses. Como resultado, os colonos invadiram e atacaram cruelmente as aldeias de Iguape e Guamá.
Consequências
Os conflitos brutais entre indígenas e portugueses resultaram em mortes e aprisionamentos. As relações entre os dois povos foi marcada pela violência e imposição dos lusitanos, muitas vezes disfarçada pela presença dos missionários. Baltazar Rodrigues foi enviado para substituir o capitão deposto Castelo Branco e teve o apoio do Capitão-Mor Jerônimo Fragoso para conter a situação de conflito na região. Com ele, Bento Maciel Parente, um colono conhecido pela crueldade, se deslocou ao local. O grande massacre promovido por ele fez com que os índios alguns sobreviventes se tornassem integrantes do exército português. Com o líder Cabelo de Velha morto, os demais foram obrigados a suprimir a revolta e se renderem, tornando-se prisioneiros de guerra. Os levantes dos índios acabaram servindo o esquema de captura de nativos para mão de obra escrava, reforçando as violências cometidas contra eles.
II Levante Tupinambá (7 de janeiro de 2021)
O "II Levante Tupinambá" em Belém é o movimento de retomada ancestral do território sagrado de Maery Tupã'mbae, deflagrado no dia 7 de Janeiro de 2021, durante o Ritual de Retomada realizado no Forte do Castelo, no mesmo dia e local onde em 1617 foi assassinado o Cacique Guamiaba Tupinambá, um dos líderes do Levante Tupinambá (1617-1621). O Ritual de Retomada é o aúncio e convocatória à luta de libertação social. Começamos a reunir o povo de Maery e com este ato político chamamos o Tocantins, Caeté, Colares, Maracanã, Cururupu e Cumã e se erguerem nas fileiras da luta antcolonial na Amazônia.