Saúde da Mulher, a única que gera vida humana.

05/02/2023

Na hora de escolher um método contraceptivo é importante que a mulher esteja bem informada. 

E quando o assunto é a pílula, surge a dúvida: anticoncepcional faz mal à saúde?

Por ser um método simples e prático, muitas mulheres fazem uso de pílulas anticoncepcionais por anos sem ao menos entender de que maneira elas influenciam seu organismo e quais são as desvantagens do seu uso contínuo.

Por isso, reunimos informações que vão esclarecer as suas dúvidas.

Continue a leitura para saber mais!

Anticoncepcional faz mal?

Antes de tudo, é importante esclarecer que a pílula anticoncepcional é um medicamento e não existem remédios que não apresentem efeitos colaterais. Por isso, quanto maior a dose do hormônio, maior o perigo. Estudos mostram que existem desvantagens com seu uso contínuo. Veja quais são elas.

Quais são as desvantagens do uso de anticoncepcionais?

O Manual Global de Planejamento Familiar, produzido pela Organização Mundial da Saúde (OMS), em parceria com outras instituições, apresenta alguns efeitos colaterais das pílulas anticoncepcionais.

1. Alterações nos padrões menstruais e incômodos durante o ciclo

Segundo o documento, algumas usuárias relatam alterações nos padrões da menstruação com sangramentos irregulares. Também existem casos de ausência de menstruação e dores de cabeça, tontura, náuseas, sensibilidade das mamas, alterações de humor e peso.

2. Risco de varizes e trombose

Mulheres com antecedentes de trombose devem, por segurança, evitar o uso de anticoncepcionais.

Essa pílula tem hormônios combinados como o estrogênio e progestagênio, um hormônio sintético derivado da progesterona. Essas substâncias bloqueiam a ovulação e impedem que o colo do útero dilate, o que dificulta a passagem dos espermatozoides.

A ação do estrogênio aumenta o risco de trombose. Estudos apontam a teoria de que os contraceptivos causam resistência às proteínas C-reativas, anticoagulantes naturais do organismo.

Com o desequilíbrio do sistema circulatório, ele fica mais propenso a criar coágulos. A formação de um coágulo, ou trombo, é uma reação natural do organismo quando existe algum ferimento ou corte.

O trombo é como um curativo que se forma e impede que o corpo tenha sangramentos contínuos por conta de um simples corte, por exemplo.

O risco surge quando esse trombo se forma sem necessidade e cai na circulação sanguínea, atingindo órgãos vitais como o coração, o pulmão ou o cérebro.

Ao chegar ao pulmão, o trombo pode impedir a passagem do sangue que está com oxigênio e inviabilizar sua distribuição para o resto do corpo. Esse processo gera a tromboembolia pulmonar, deixando o indivíduo sem oxigênio no organismo e com alto risco de morte.

Além do seu próprio risco como doença, a trombose também pode estar relacionada a outras doenças como AVC e infarto.

O risco de uma mulher ter trombose é de 5 em cada 10 mil mulheres. Quando existe o uso do anticoncepcional a porcentagem aumenta consideravelmente, podendo chegar a 15 para cada 10 mil mulheres, dependendo da dose e do tipo de hormônio que a pílula contém.

É importante lembrar também que outros fatores podem aumentar ainda mais a incidência de trombose, como o excesso de peso, sedentarismo e a exigência de ficar muitas horas de pé ou sentada todos os dias. É importante cuidar da saúde como um todo.

3. Retenção de líquido e aumento das celulites

O uso de pílulas anticoncepcionais pode provocar a retenção de líquido e levar a um ganho de peso repentino. Além dos temidos quilos a mais na balança, outro efeito deste processo é o aumento das celulites devido ao inchaço.

4. Aumento de possibilidades de problemas no fígado

A ingestão de hormônios via oral pode sobrecarregar o fígado, pois este órgão é responsável por metabolizar o medicamento. Ao longo do tempo de uso deste método contraceptivo, existe o risco do fígado sofrer problemas como a sobrecarga.

É essencial que mulheres que já apresentem um histórico de lesões e problemas hepáticos não façam uso deste medicamento. Isso evita o risco de desenvolver ou agravar doenças relacionadas.

5. Aumento do risco de hipertensão arterial

O estrogênio, hormônio presente na composição de alguns comprimidos anticoncepcionais, tende a ser um vasoconstritor quando produzido sinteticamente. Por isso, os riscos de desenvolver hipertensão arterial são maiores com o uso desta pílula.

Mulheres que já têm problemas de hipertensão arterial ou com histórico familiar da doença devem ter um cuidado redobrado e evitar o uso da pílula para não desenvolver problemas cardiovasculares relacionados.

6. Diminuição da libido

Como já mencionamos, o comprimido anticoncepcional geralmente tem dois componentes: o estrógeno e o progestágeno, uma substância que tem uma ação no próprio receptor da progesterona e que é muito necessária para a ação da pílula.

Um dos tipos de progestágeno é o acetato de progesterona. Em algumas mulheres essa substância pode interferir no apetite sexual e diminuir a libido por conta da ação antiandrogênica que é o combate a ação do hormônio masculino.

7. Aumento no risco de alguns tipos de câncer

Uma preocupação comum sobre o uso das pílulas anticoncepcionais é como isso afeta o risco de câncer.

De acordo com o Nacional Cancer Institute (NCI), o uso deste método pode diminuir ligeiramente o risco de câncer de endométrio e de ovário, mas seu uso a longo prazo pode aumentar ligeiramente o risco de câncer de mama, fígado e colo do útero.

Já outros estudos não deixam clara a ligação das pílulas anticoncepcionais contendo estrogênio e o câncer de mama.

As pesquisas mostraram que, apesar do uso deste método aumentar ligeiramente o risco de câncer de mama, essa porcentagem diminui após 10 anos da interrupção do uso e volta ao mesmo nível das mulheres que nunca utilizaram anticoncepcionais.

Por precaução, a orientação é que a mulher nunca deixe de conversar com seu médico e também saber quais tipos de cânceres são comuns ou presentes em sua família.

Apesar de oferecer riscos à saúde da mulher, a pílula anticoncepcional e outros métodos contraceptivos com hormônios combinados são muito utilizados, mas não são a única opção para evitar uma gravidez.

Cada organismo é único. É importante que a mulher esteja bem informada e consciente das necessidades do seu corpo para ter o melhor resultado.

Agora que você sabe como o anticoncepcional faz mal para sua saúde, que tal conhecer outros métodos contraceptivos? 

Não se esqueça também da importância de manter hábitos saudáveis, pois eles são importantíssimos para prevenir todas as doenças mencionadas.