Direita ou Esquerda

01/03/2022

O termo "girondino" costuma se referir a um grupo político mais conservador durante a Revolução Francesa, que teve papel notável durante os períodos chamados de Assembleia Nacional Constituinte (1789-91), Convenção Nacional (1792-95) e Diretório (1795-99).

Nomeados pela região administrativa francesa de onde muitos de seus membros eram originários - a Gironda -, os girondinos vinham predominantemente das camadas mais altas da burguesia, tendo assim uma origem social semelhante daqueles que seriam seus adversários políticos: os jacobinos. De fato, o líder dos girondinos, Jacques-Pierre Brissot, frequentara anteriormente o Grupo Jacobino.


Nos primeiros anos da Revolução Francesa, os grupos ainda tinham mais semelhanças do que diferenças, lutando pela reforma como um todo do Antigo Regime.

Tudo mudaria, porém, depois da tentativa de fuga do rei Luís XVI com sua família, em junho de 1791. Enquanto os radicais jacobinos, liderados por Maximilien Robespierre, defendiam a destituição do monarca e a ascensão de uma República francesa, os girondinos favoreciam uma monarquia do tipo constitucional, onde o soberano dividiria o poder com conselheiros selecionados. 

Em suma, os girondinos representavam agora os interesses moderados das classes mais altas, enquanto os jacobinos apoiavam-se nos desejos de uma participação política maior da população francesa.

Embora os girondinos tenham procurado uma solução de compromisso nos meses que se seguiam, a proposta de seus deputados de exilar a família real fracassou; em 1793, Luís XVI e sua rainha consorte Maria Antonieta seriam executados na guilhotina.

 A morte do rei desgastaria os girondinos, que viram seu espaço na Convenção Nacional reduzir-se rapidamente em meio a uma grave crise econômica e uma desgastante guerra antirrevolucionária contra outras potências europeias. Nestas condições, os jacobinos acabariam por assumir o controle da Convenção em dois de junho, passando a perseguir e executar os girondinos, como seu líder Jacques-Pierre Brissot.

O novo governo jacobino, entretanto, duraria pouco mais de um ano antes que os sobreviventes girondinos, aliados aos banqueiros e financistas que haviam enriquecido durante a guerra, pudessem derrubá-los, executando Robespierre. 

Iniciava-se o período conhecido como Diretório, onde o poder executivo era composto por cinco diretores, eleitos para um mandato de cinco anos. Marcado pela crise política e econômica, o governo girondino enfrentou alta impopularidade após anular as medidas sociais jacobinas, além de sofrer várias tentativas de golpe de Estado. O mais famoso entre estes foi a chamada Conspiração dos Iguais, em 1796. Liderada por Graco Babeuf, a insurreição ambicionava alcançar a igualdade nas condições de vida ao abolir a propriedade privada. Denunciada, a conjuração foi desbaratada e Babeuf foi executado.

Surgiu Napoleão Bonaparte

Enfraquecido, o Diretório rapidamente viu-se sem condições de manter-se viável contra os inimigos internos e a guerra externa. Seria quando alguns diretores, juntamente com parte expressiva da burguesia, voltou-se para o jovem e popular general Napoleão Bonaparte, convidando-o para fazer parte do governo em outubro de 1799. Bonaparte, contudo, derrubaria o Diretório e se instituiria como primeiro-cônsul, posto que manteria até sua eleição como imperador em 1804.

Quem eram os Jacobinos

O jacobinismo é o termo ligado a uma prática política inicialmente efetuada na década revolucionária da França de fins do século XVIII, entre 1789 e 1799. Esse termo refere-se aos jacobinos, os membros de um clube formado em 1789 que atuaram como um partido político durante o processo revolucionário.

 Durante a Revolução Francesa, os jacobinos defendiam reformas sociais e, na Assembleia Nacional, sentavam-se do lado esquerdo da sala de reuniões. No Brasil, os clubes republicanos radicais do fim da monarquia se diziam jacobinos por defender as mesmas idéias dos franceses um século antes.