Alesp recebe eventos que discutem as consequências das mudanças climáticas no planeta

01/06/2023

Organizadas pelos parlamentares Guilherme Cortez e Marcio Nakashima, atividades com especialistas no assunto aconteceram simultaneamente na Casa nesta terça-feira (30)

Discutir as mudanças climáticas e suas consequências negativas cada vez mais evidentes no planeta é algo urgente. Sempre de portas abertas para esse tema global, a Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo recebeu dois eventos simultâneos sobre o assunto, nesta terça-feira (30).
Organizada pelo deputado Guilherme Cortez (PSOL), a atividade "Conversa sobre Desastres Climáticos Ambientais" reuniu especialistas para uma discussão sobre propostas de projetos de leis que promovam o avanço das boas práticas na preservação dos recursos naturais e reduzam os riscos de novas tragédias. O outro evento, "Eco Trabalhismo PDT - Mudanças Climáticas sob Diversos Olhares", realizado a pedido do deputado do partido, Marcio Nakashima, também trouxe diferentes visões do que é preciso focar agora para garantir o bem-estar das futuras gerações.
"Algumas pessoas consideram que a luta ambiental é algo abstrato. Mas não, essa luta é altamente conectada com as necessidades do nosso povo. A sociedade coloca determinados grupos onde as chuvas caem com mais intensidade, onde há risco de deslizamentos de encostas, nas áreas onde as queimadas são mais comuns, nos lugares onde a água levará mais tempo para chegar quando houver desabastecimento", apontou Cortez. "Quando a gente fala em mudanças climáticas num país tão injusto, desigual e violento como o Brasil, isso pode parecer um problema de segunda importância, mas esse tema também é a luta para que a população mais pobre tenha melhores condições de vida", acrescentou o deputado.
Cortez comentou ainda que, de acordo com pesquisadores ao redor do mundo, esta deve ser a década decisiva para definir o futuro da Humanidade. Ele lembrou do lançamento oficial, nesta semana, da Frente Parlamentar de Combate às Mudanças Climáticas na Alesp, a primeira com esse tema na história do Parlamento Paulista. "Aqui na Casa, nós somos em 27 parlamentares que aderiam a essa causa, mas eu ainda acho que deveriam ser muitos mais. Precisaria ser os 94, porque a sobrevivência da nossa espécie deveria unir a todos", disse o deputado.
Políticas públicas
Entre os convidados que estiveram no Parlamento Paulista para debater o tema, estava Sérgio Portella, doutor em Território, Riscos e Políticas Públicas pela Universidade de Coimbra, em Portugal; mestre em Políticas Públicas pela Fundação Getúlio Vargas (RJ) e integrante do Grupo Executivo do Fórum de Mudanças Climáticas e Justiça Social do Rio de Janeiro. Atualmente, ele também integra a equipe da Estratégia Fiocruz para a Agenda 2030.
Portella tratou das causas e consequências dos desastres naturais provocados pelas mudanças climática e pela falta de políticas públicas que encarem com seriedade pontos como, por exemplo, o ordenamento territorial. "São Sebastião [um deslizamento matou 65 pessoas em fevereiro naquela região] é um exemplo do problema de ordenamento territorial que nunca é enfrentado e acaba provocando esse empilhamento de pessoas nos morros", opinou o professor. "Políticas públicas mais profundas envolvem ordenamento territorial, Saúde e Educação. São políticas que vão se misturando e que é necessário que sejam discussões transversais. Só que isso só acontece quando existe uma aproximação da população com o Poder Público. O que acontece no Brasil é que, normalmente, após os desastres, o Poder Público reflui para não ser questionado e colocado em meio a questionamentos. Ele se separa da população, não resolve de fato a situação", completou Portella.
Papel do Legislativo
O professor ainda elogiou o fato de a Assembleia estar debatendo as questões climáticas em vários eventos na Casa. "A Alesp é um ambiente muito importante, onde os parlamentares têm condições de colaborar não só com a discussão, mas também com as políticas públicas para se buscar soluções", comentou. "A Frente Parlamentar que foi criada aqui é fundamental. As preocupações dos parlamentares são diversas, mas o tema das mudanças climáticas e dos desastres é transversal. Então acaba, de alguma forma, tocando a todos", alertou o especialista.


NOSSA CASA

Existem dez tipos principais de clima em todo o mundo e são influenciados pela pressão atmosférica, correntes marítimas, circulação de massas de ar, latitude, altitude, precipitação pluviométrica e incidência solar – a quantidade de luz que incide sobre a superfície terrestre.

Clima pode ser compreendido como conjunto de características de tempo atmosférico, em especial temperatura e pluviosidade, que se repetem ao longo da história.

A sobreposição de uma característica sobre as demais é que define o tipo de clima de uma determinada região. Os dez principais tipos de clima são: equatorial, tropical, subtropical, desértico, temperado, mediterrâneo, semi-árido, frio (ou subpolar), frio da montanha e polar.

Clima equatorial

O clima equatorial é registrado nas zonas próximas ao Equador, como partes da África, do Brasil e sudeste asiático. É o clima mais quente e úmido do planeta. Tem pouca variação térmica durante o ano, em média acima de 25°C. No clima Equatorial, há chuva abundante durante todo o ano e pouca variação entre as estações do ano.

Clima tropical

O clima tropical ocorre nas zonas próximas aos trópicos de Câncer e Capricórnio. A temperatura média anual é de 20ºC. A principal característica é a clara definição de duas estações no ano, que são o inverno – seco – e o verão – chuvoso.

Dependendo da região, pode variar em clima tropical seco ou clima tropical chuvoso. É dividido em clima tropical continental, litorâneo, de altitude e de monções.

Este clima e suas variações, são encontrados no Brasil, Cingapura, regiões da Índia, Sri Lanka, Havaí, México, e Austrália.

Clima subtropical

O clima subtropical marca as regiões ao sul do trópico de Capricórnio e ao norte do trópico de Câncer. É mercado pela diferenciação térmica durante o ano porque tem quatro estações bem definidas.

Os principais extremos de temperatura ocorrem no verão, com variação de 20ºC a 25º, e no inverno, quando os termômetros podem marcar entre 0ºC e 10ºC.

As chuvas nas regiões influenciadas por este clima variam de 1000 a 1500 milímetros anuais, e apresentam pouca variação ao longo do ano. O sul de São Paulo e Mato Grosso do Sul, além do Paraná, Santa Catarina e o Rio Grande do Sul sofrem a influência do clima Subtropical.

Clima temperado

As quatro estações bem definidas também são características nas regiões de clima temperado. É registrado nas regiões localizadas entre os trópicos e os círculos polares dos hemisférios sul e hemisfério norte.

Ocorre em regiões como a Europa, América do Norte e Ásia. É dividido em dois grandes tipos: temperado continental e temperado oceânico. O tipo continental apresenta maior variação térmica e invernos mais rigorosos, enquanto o tipo oceânico ocorre próximo aos litorais com temperaturas mais estáveis e maior precipitação.

Clima mediterrâneo

O clima mediterrâneo é caracterizado por invernos curtos e de temperaturas baixas, variando entre 0ºC e 15ºC. Já o verão é longo, registrando temperaturas que oscilam entre 18ºC e 25º. Atualmente, é um clima que sofre bastante influência do Aquecimento Global, batendo recordes de temperatura máxima.

O período chuvoso é o de inverno e o seco ocorre no verão. Embora o inverno seja breve e o verão longo, as quatro estações ano são bem definidas. É encontrado nas regiões localizadas junto ao mar Mediterrâneo, além de pequenas porções no Chile, EUA e Austrália.

Clima desértico

No clima desértico predomina o calor, com médias de 30ºC como a principal característica. As chuvas são escassas, quase insignificantes, podendo haver anos em que não chegam a ocorrer.

Em consequência, a umidade do ar é baixa, chegando a 15%. As altas temperaturas ocorrem durante o dia, mas podem ser negativas durante a noite no inverno.

As estações do ano são diferenciadas pela variação de temperatura. Este tipo de clima é encontrado no deserto do Saara, Kalahari e Namíbia, na África; grande parte do Oriente Médio; Oeste norte-americano; norte do México; na região do Atacama, que fica no litoral do Chile e Peru; na região da Patagônia, na Argentina; na Austrália, região central da Ásia e Oeste da China.

Clima semiárido

Chuvas irregulares e escassas, altas temperaturas e baixa umidade relativa do ar são as principais características do clima semiárido.

A temperatura média anual chega a 27ºC e as chuvas variam em, no máximo, 750 milímetros ao ano. Além de escassas, as chuvas são irregulares e mal distribuídas. É registrado na região Nordeste do Brasil, além das áreas ao redor dos desertos em outras partes do mundo.

Clima frio (subpolar)

É marcado pelas temperaturas baixas, com grande amplitude térmica e baixas precipitações, que ocorrem na forma de neve. Os verões são curtos, com temperaturas que não costumam ultrapassar os 10ºC.

Ocorre principalmente no hemisfério norte, nas proximidades do Círculo Polar Ártico, nas regiões da Rússia, Canadá, norte da Europa e Estados Unidos.

Frio de Montanha

O frio de montanha, também chamado de clima de altitude, tem baixas temperaturas durante todo o ano. Em média, os termômetros registram cerca de 0ºC durante o ano, mesmo no verão. No inverno, é esperada queda de temperatura para índices negativos.

Há grande ocorrência de pluviosidade devido ao choque das massas de ar com as encostas das montanhas. Nessa região, devido à constante baixa temperatura, a neve forma grossas camadas que quase não derretem ao longo do ano.

Pode ser encontrado principalmente nas regiões montanhosas do Chile, Estados Unidos e China.

Clima Polar

O clima polar é o clima de temperaturas negativas mais extremas, com termômetros sempre abaixo de 0ºC, com média de 30ºC negativos e que podem cair a 50ºC negativos no inverno.

Além da amplitude térmica, a umidade do ar é elevada, mesmo com baixa incidência de chuvas. Tem como característica também a presença de neve cobrindo o solo durante todo o ano (permafrost), com cerca de 100 milímetros registrados durante o ano.

Ocorre em regiões no extremo norte do Canadá, Rússia e Europa, além da Groenlândia, Islândia e todo o continente da Antártida.

Tipos de Clima e Vegetação

As peculiaridades do clima resultam em vegetações diferenciadas em cada região da Terra. No clima polar ocorre durante o verão a tundra, formada por musgos e líquens.

Árvores e vegetações acostumadas com o rigor do inverno estão nas regiões de clima temperado. É nesta área que permanecem a floresta temperada, com árvores de grande porte e decíduas, ou seja, perdem as folhas durante o inverno.

A chamada vegetação de altitude está presente caracterizado como frio da montanha. São plantas como as pradarias, encontradas na Argentina, e em regiões brasileiras como o rio Grande do Sul, na área conhecida como Pampa Gaúcho.

O clima subtropical é favorável para o desenvolvimento de plantas como araucárias e pinheiros. Este tipo de vegetação é beneficiada pela distribuição regular de chuvas durante o ano.

Já no clima tropical, a diversidade da vegetação é maior, em consequência da oferta de luz e elevada umidade. Sob a influência deste clima estão as florestas tropicais úmidas, muito semelhantes às florestas equatoriais. A principal delas é a floresta Amazônica.

Clima Influencia na Estrutura da Planta

As condições de oferta pluviométrica abundante, calor e luz favorecem a diversidade da vegetação do clima equatorial, com árvores longas e arbustos, dependendo da localização.

Ao contrário da elevada disponibilidade de água, o clima semiárido favorece o desenvolvimento de árvores de pequeno porte, em que os troncos são retorcidos e espinhosos, conhecidas como Caatinga.

Sob a influência deste clima também estão plantas como cactos. A estrutura das plantas é adequada à escassez hídrica.

A escassez de água também marca a vegetação no clima desértico, onde são encontradas plantas espinhosas e de raízes profundas.