Congresso da Federação dos Artesãos Profissionais do Estado de São Paulo é realizado na Alesp

20/06/2023

O encontro ocorreu nesta segunda, 19, e discutiu a necessidade de valorizar mais o setor no estado de São Paulo

19/06/2023 17:32

  • Congresso | Daiana Rodrigues - Foto: Caro Jacob

A Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo sediou, na manhã desta segunda-feira (19), o 2º Congresso da Federação dos Artesãos Profissionais do Estado de São Paulo (Feapesp). O encontro foi solicitado pela deputada Marina Helou (Rede) e debateu sobre a importância do artesanato como fonte geradora de renda, além da necessidade de valorizar e impulsionar mais o setor.
A mesa do evento foi composta por membros da Feapesp, tais como a presidente, Cleide Toledo; a vice-presidente, Maria Cristina Bertoni; o primeiro secretário, Lindomar dos Santos; o primeiro tesoureiro, Geraldo Vieira; e o segundo tesoureiro, Juliano Junqueira.
Além disso, a mesa contou com a presença da presidente do Projeto Artesanato Sustentável, Patrícia Maia Boldrin; da diretora da ONG Rede Nacional do Artesanato Cultural brasileiro (Artesol), Josiane Masson; e da chefe do Patrimônio Histórico e Turismo da cidade de São Sebastião, Bianca Colepicolo. Por fim, houve a participação on-line da presidente da Confederação Brasileira dos Artesãos (Conart), Maria das Graças Costa.
Posicionamentos sobre o Setor
"É importante nos unirmos e reunirmos mais vezes para trazermos políticas públicas a fim de fortalecer o artesanato do nosso Estado e trazer melhorias. Precisamos muito de parceiros e do apoio do Poder Público para nos ajudar", disse a presidente da Feapesp, Cleide Toledo.
De acordo com Cleide, apenas 12.103 artesãos paulistas possuem a carteira profissional. Ela ainda ressalta que muitos números não chegam [oficialmente]. "Para fazer um evento ou uma feira fora de São Paulo tem que ter a carteira, senão o artesão não participa", alerta.
O primeiro tesoureiro da Feapesp, Geraldo Vieira, também reforça o argumento defendido pela presidente. "É importante que o próprio artesão se valorize, tirando a carteirinha. Isso começa por nós", destacou.
De acordo com a presidente da Conart, Maria das Graças Costa, é importante promover discussões para dar um suporte à categoria. Ela reconhece a importância dos artesãos como trabalhadores geradores de renda para a economia de SP. "Eu acho que São Paulo deveria abrir uma frente parlamentar em defesa do artesanato paulista, pois muitas famílias estão envolvidas com o setor", opinou.
A chefe do Patrimônio Histórico e Turismo da cidade de São Sebastião, Bianca Colepicolo, defende que o artesanato e o turismo estão muito conectados, pois servem tanto para gerar, quanto para fortalecer a identidade do destino turístico, além de restaurar tradições.
"O artesanato faz parte de uma pauta em que eu acredito muito, que é a do desenvolvimento sustentável, pois ele gera renda, a partir da inclusão econômica. Por isso, a gente quer sempre fortalecê-lo, pois o orçamento destinado ao setor cai a cada ano. Então, é uma luta que a gente precisa fazer para que volte a ter a importância histórica e cultural", declarou deputada Marina Helou (Rede).
Base Conceitual do Artesanato Brasileiro
Segundo a diretora da Artesol, Josiane Masson, a Base Conceitual do Artesanato Brasileiro é um documento amparado, a partir de alguns dispositivos da Constituição Federal de 1988, da Lei do Artesão - 13.180/2015, do Plano Setorial da Cultura e do Plano Nacional da Cultura. O instrumento ajuda a nortear o artesão, pois traz os objetivos, catálogo de técnicas, o perfil do artesão, as diretrizes e estratégias do setor. Além disso, é um instrumento que guia a Carteira Nacional do Artesão.
"Conhecer e estudar a Base Conceitual é imprescindível para qualquer artesão reivindicar seus interesses com mais consistência e poder ?caminhar?. Ele é um instrumento que está o tempo todo evoluindo, sendo revisto, ajustado e modificado", declarou.
A artesã Valéria Uchôa, de São Vicente, acredita que apesar de algumas técnicas da Base Conceitual terem se tornado obsoletas e mudado, houve um estudo e um encontro onde foi discutida a mudança. "Hoje, o artesanato virou uma profissão e gera renda. No entanto, muitos artesãos vão para as praças vender suas produções como uma forma terapêutica. Vamos fomentar o artesanato, principalmente o de identidade regional", opinou.