Veja a repercussão da invasão russa à Ucrânia

24/02/2022

Presidente Putin anunciou invasão e comunidade internacional reagiu imediatamente.
Milhares de pessoas tentam deixar Kiev, e capital da Ucrânia vive caos

Assim que a Rússia iniciou a operação de invasão da Ucrânia na madrugada desta quinta-feira (24), diferentes atores da comunidade internacional reagiram. 

Joe Biden, presidente dos EUA

O presidente americano condenou, em comunicado oficial da Casa Branca, a decisão de Putin de invadir a Ucrânia. Biden afirmou que "Putin escolheu uma guerra que trará perdas de vidas e sofrimento. O presidente norte-americano disse também que EUA e seus aliados responderão de forma unida e decisiva. "O mundo responsabilizará a Rússia", disse.

António Guterres, secretário-geral da ONU

"Por favor, senhor Putin, leve seus militares de volta. Não permita uma guerra na Europa. Esse conflito deve parar agora. Essa guerra não faz sentido e causará um nível extremo de sofrimento. Essas atitudes terão consequências", afirmou o secretário-geral da ONU.

Ursula von der Leyen, presidente da Comissão Europeia

"Condenamos veementemente o ataque injustificado da Rússia à Ucrânia. Nestas horas sombrias, nossos pensamentos estão com a Ucrânia e as mulheres, homens e crianças inocentes enquanto enfrentam esse ataque não provocado e temem por suas vidas. Vamos responsabilizar o Kremlin", escreveu em rede social.

Boris Johnson, premiê do Reino Unido

"Estou consternado com os terríveis acontecimentos na Ucrânia e falei com o Presidente Zelensky para discutir os próximos passos. O presidente Putin escolheu um caminho de derramamento de sangue e destruição ao lançar este ataque não provocado à Ucrânia. O Reino Unido e nossos aliados responderão de forma decisiva", escreveu o líder britânico.

Já a secretária de Relações Exteriores britânica Liz Truss disse que convocou o embaixador russo para explicar as ações de Moscou.

"Convoquei o embaixador russo para me encontrar e explicar a invasão ilegal e não provocada da Ucrânia pela Rússia. Vamos impor sanções severas e reunir países em apoio à Ucrânia", disse Truss no Twitter.


Olaf Scholz, chanceler da Alemanha

Scholz qualificou a operação militar russa de uma "violação flagrante" do direito internacional, que provocou um "dia sombrio" em toda a Europa.

"A Alemanha condena nos termos mais enérgicos possíveis este ato inescrupuloso do presidente (russo, Vladimir) Putin. Nossa solidariedade está com a Ucrânia e seu povo", acrescentou Scholz em um comunicado.

França

O enviado francês à ONU condenou a Rússia por ter escolhido a guerra e disse que o país precisa ser responsabilizado no Conselho de Segurança.

China

O Ministério das Relações Exteriores da China disse que a Rússia é um país independente e pode tomar suas próprias decisões com base em seus próprios interesses.

Fumio Kishida, Japão

O primeiro-ministro disse que o Japão condena fortemente as ações unilaterais da Rússia. Kishida disse que instruiu as suas autoridades relevantes a fazer todo o possível para garantir a segurança dos cidadãos japoneses na Ucrânia.

Bélgica

O ministro da Imigração da Bélgica, Sammy Mahdi, disse, em comunicado, que quer a União Europeia pare de emitir vistos para todos os cidadãos russos, incluindo estudantes, trabalhadores e turistas, disse o ministro do asilo nesta quinta-feira em resposta ao ataque de Moscou à Ucrânia.

"No momento, os russos não são bem-vindos aqui", disse ele, acrescentando que isso deve afetar estadias de curto e longo prazo.

Israel

Israel condenou as ações russas na Ucrânia e pediu às potências mundiais que resolvam a crise rapidamente.

"O ataque da Rússia à Ucrânia é uma grave violação da ordem internacional. Israel condena o ataque", disse o ministro das Relações Exteriores, Yair Lapid, em um comunicado televisionado nesta quinta-feira (24).

República Tcheca

O presidente da República Tcheca, Milos Zeman, disse que o ataque da Rússia à Ucrânia é i, "crime contra a paz" e exige uma resposta por meio de duras sanções, incluindo o corte do país do sistema de pagamentos internacionais SWIFT.

"É preciso isolar um homem louco. Não apenas defender-se dele com palavras, mas com medidas concretas."

O governo fechou ainda dois consulados russos na República Tcheca.

Eslováquia

O primeiro-ministro da Eslováquia, Eduard Heger, disse nesta quinta-feira (24) que ajudará refugiados da Ucrânia. O país anunciou o envio de até 1.500 tropas para a fronteira para auxiliar a saída de ucranianos.

Turquia

O Ministério das Relações Exteriores da Turquia disse que o ataque russo contra a Ucrânia é uma violação das leis internacional e uma ameaça à segurança global.

Colômbia

O presidente da Colômbia, Ivan Duque, disse no Twitter que a Colômbia rejeita "categoricamente" os ataques russos contra a Ucrânia. "Esses eventos ameaçam a soberania da Ucrânia e colocam em risco a vida de milhares de pessoas, em uma situação inquestionável contrária ao Direito Internacional e à carta da ONU".

Argentina

O Ministério das Relações Exteriores da Argentina afirmou que reitera "seu firme rechaço ao uso da força armada" e pede para a Rússia cessar as ações militares na Ucrânia.

Há filas nos postos de combustíveis e vários deles já não têm mais gasolina para vender. Supermercados também estão lotados.


Milhares de moradores de Kiev começaram a deixar a capital da Ucrânia nas primeiras horas desta quinta-feira (24), após a Rússia iniciar a invasão a várias partes do país. A cidade começa a viver um caos.

O trânsito está congestionado na cidade, especialmente nos corredores de acesso às saídas da capital.

Engarrafamentos na cidade de Kiev, capital da Ucrânia - Foto: Emílio Morenatti / AP Photo

Há filas nos postos de combustíveis e vários deles já não têm mais gasolina para vender.

Muitos moradores também estão percorrendo os supermercados, atrás de mantimentos.

Há milhares de pessoas lotando estações de ônibus e trens do metrô, a maioria com muita bagagem nas mãos.

Trânsito congestionado na capital da Ucrânia, Kiev - Foto: Reprodução / GloboNews

Fortes explosões foram ouvidas por jornalistas das agências internacionais de notícias no centro de Kiev e também em outras cidades ucranianas.

O ministro das Relações Exteriores da Ucrânia, Dmytro Kuleba, acusou Putin de iniciar uma "invasão em grande escala" contra seu país. "Cidades ucranianas pacíficas estão sob ataque", tuitou Kuleba.

Passageiros lotam estação de metrô em Kiev - Foto: Emilio Morenatti / AP Photo


Pelo menos duas explosões foram ouvidas na capital, Kiev. Um pouco depois, as sirenes para alertar para bombardeios ressoaram no centro da capital.

Os moradores correram para as estações subterrâneas do trem em busca de abrigo.

O Ministério da Infraestrutura da Ucrânia anunciou o fechamento do espaço aéreo do país "por causa do alto risco de segurança", interrompendo o tráfego civil logo após a meia-noite.

Lei marcial

O presidente Volodymyr Zenlensky pediu calma e adotou lei marcial - quando regras militares substituem as leis civis comuns de um país.

Veja a mensagem de Zelensky:

"Caros cidadãos ucranianos, esta manhã o presidente Putin anunciou uma operação militar especial em Donbas. A Rússia realizou ataques contra nossa infraestrutura militar e nossos guardas de fronteira. Ouviram-se explosões em muitas cidades da Ucrânia. Estamos introduzindo a lei marcial em todo o território do nosso país. Há um minuto, tive uma conversa com o presidente Biden. Os EUA já começaram a unir o apoio internacional. Hoje cada um de vocês deve manter a calma. Fique em casa se puder. Nós estamos trabalhando. O exército está trabalhando. Todo o setor de defesa e segurança está funcionando. Sem pânico. Nós somos fortes. Estamos prontos para tudo. Vamos vencer todos porque somos a Ucrânia."

Mais explosões

Na cidade portuária de Mariupol, a principal metrópole controlada por Kiev perto da linha de frente no leste do país, também foram ouvidas fortes explosões, assim como em Odessa, no Mar Negro, e em Kharkov, a segunda maior cidade do país, perto da fronteira com a Rússia.

Em Kramatorsk, cidade que serve de quartel-general para as forças ucranianas, foram ouvidas pelo menos quatro fortes explosões.

Metade dos moradores do vilarejo de Vbruvika, cidade localizada a 15 km de Luhansk, já estão deixando suas casas. O medo de um confronto armado na região motivou famílias inteiras a deixar a região.