Funcionários do Procon mantêm estado de greve e aprovam assembleia permanente

23/03/2022


22 MAR 2022

Em assembleia realizada na tarde desta terça-feira, dia 22, servidores do Procon decidiram pela manutenção do estado de greve da categoria, decretado no último dia 15. O movimento é coordenado pelo Sindicato dos Servidores Públicos do Estado de SP (Sispesp) com apoio da Afprocon (Associação dos Funcionários da Fundação). Em campanha salarial, a categoria reivindica, entre outros itens, reposição salarial de mais de 25% a fim de recompor as perdas dos últimos quatro anos.

Lineu Neves Mazano, presidente do Sispesp, lembrou que durante a pandemia (entre 2019 e 2021) o Procon produziu e repassou ao governo do Estado mais de R$ 500 milhões. "E apesar desse superávit, acena com um reajuste de 10,33%. Os servidores do Procon amargam uma defasagem salarial de em média 26%, pois estão há quatro anos sem reajuste. Sem falar que durante a pandemia a categoria não parou e inclusive, intensificou sua atuação", explicou Lineu Mazano, presidente do Sispesp.

Durante a assembleia, em frente à Secretaria de Justiça, Lineu defendeu esgotar todos os canais de diálogo antes de decretar a paralisação. "Eu sei que vocês estão cansados e indignados com esse governo, mas a greve deve ser a última alternativa", argumentou.

Adriana Rodrigues, presidente da Afprocon, destacou que a luta vem de longa data. "Também sou a favor da greve. Mas ela deve ser forte e organizada. As promessas feitas por essa gestão e a pandemia dificultaram a mobilização da categoria. Mas temos lutado e vamos continuar lutando. Temos uma semana para avançar. Portanto, vamos ampliar a divulgação", afirmou.

Diretor de Comunicação da Afprocon, Manuel Amaral, reforçou: "A responsabilidade pela luta não é do Sindicato ou da Associação é de cada um de nós, trabalhadores. Não adianta ficar em casa sentado reclamando pelas redes sociais. Vocês que decidem a melhor forma de luta aqui em assembleia".

Além de aprovar a manutenção do estado de greve por ampla maioria, os servidores estabeleceram assembleia permanente. "Isso quer dizer que a qualquer momento podemos nos reunir e entrar em greve", alertou Lineu Mazano.

"Neste interim, vamos reforçar nosso pleito junto à CPS, ao governo e pedir apoio aos deputados da Alesp para avançar nas negociações. O Sispesp também vai pedir intermediação do Tribunal Regional do Trabalho (TRT)", concluiu o dirigente.

Na próxima quarta-feira, dia 30, os trabalhadores voltam a se reunir em assembleia para decidir os rumos do movimento.